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Seção de Poesias da Casa da Cultura - Poesias em Português

Rio

Agostina Akemi Sasaoka

Eis que a pele,
undívaga e verde,
range entre meus dedos.
O lábio
incrustado de musgo
oprime minha boca.
Neste beijo tosco
imploro
a eternidade da morte...
No caule do olho,
a fenda hostil
dos meus silêncios.
Sob as escamas em sono,
a cartilagem da inocência.
O suor,
pelas curvas imprecisas,
não é mais que minha sede.
Peço,
a cada estrela trêmula,
o tormento de sua presença...
Sob a placenta fria da correnteza
peixes bioluminescentes
(de uma ternura ambígua)
desovam do seu corpo
em meu húmus insano.
Desaguar é apenas
uma súplica do amor.
Afora o mar,
nada me comove
como sua imensidão...

 

Leia outras poesias da autora:
[A Garganta da Serpente]
[Infinitivos]
[Espera]
[Suburbanos]

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Sobre a autora, Agostina Akemi Sasaoka, pouco sabemos: acima de tudo que é poetisa, que seu verso é insinuante, sibilante, repleto de aliterações e consonâncias, surpreendente... que fala de sentimentos e impressões com sutileza, talento e rara coragem... e que às vezes é extremamente sensual... Em seu belíssimo site A Garganta da Serpente ela diz: "Não tema: os astros podem ajudá-lo a compreender meus meandros... o sol me fez taurina e a lua de 1977 me fez ofídio (...) Que as estrelas nos protejam. Quanto a você, espero que esteja preparado para o prazer de ser."

Contatos: serpente@gargantadaserpente.com
Site WEB: gargantadaserpente.com


Página Publicada em 07/jul/2004