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TEMOS UM RETROVISOR

Erenice Jesus de Souza

Temos um retrovisor. Sua finalidade está naquilo que vamos deixando para trás.

Buscar formas de compreender, de explicar o movimento humano e sua organização mental, mais designada por pensamento, efetivou-se quanto primordial objetivo de concretização da vida, de possibilidade em continuar existindo, mas com a saciada sensação de ter encontrado um motivo.

Suas colocações em relação ao significado de nossas ações e do como as realizamos em um universo que procura a verdade de todas as coisas fez-me refletir sobre o como somos condicionados em situações que nos distanciam das transformações, que nos fazem ver o mundo como algo acabado. Não acredito nisso. Tão pouco em obras do destino.

Recorro a considerar que podemos fundamentar a realidade, que podemos sempre mais ao que se apresenta aos olhos, que somos responsáveis à medida que nos conscientizamos de nossa humanidade, discutindo, acreditando e encaminhando as certezas que vão muito além do referido acaso.

Se acredito no acaso?

Sei que sei pouco e organizo minhas condições atuais para que possa compreende-las por sua finalidade. As possibilidades e limites em que estou envolvida não são engrenagens de um relógio nem uma aposta com dados. São História.

No que acreditar?

Sei que Deus não joga dados. Muito menos eu com muitos outros que constituem suas vidas como um universo de possibilidades e barreiras que são transponíveis, que por serem construídas podem e devem ser constantemente reorganizadas, pois as "ordens" são outras, as "escolhas" foram ilimitadas.

O conteúdo histórico da ciência e da filosofia, com suas questões mais e menos tangíveis e lembradas por momentos de severas imposições revertem o curso da questão de quais as razões por detrás do acaso?" Retomo a questão da seguinte maneira:

Quando nos conta de sua experiência - e o cumprimento por superar momentos e compreender o quanto acessível é a mudança desde que a percebemos no mais refutável como um abrir e fechar de gavetas e encontrar de uma simples saboneteira, sensibilizando nossos sentidos e controlando pensamentos na direção de entender o que isso tinha a lhe dizer – não observo as razões do acaso como estando por trás daquilo que nos é sensível. Vejo que está aos olhos, como esteve a saboneteira, e que o conhecimento nos possibilita, incontestavelmente, ver diretamente o que pensamos estar por trás. O aguçamento pela busca de mudanças e não de acasos é que o fez estar como se encontra hoje.

Para além dos ranços cientificistas, das arrogâncias filosóficas (ditadura de idéias) e dos chamados Determinismos, somos dependentes de um conjunto inestimável de conhecimentos que nos ajudam a observar e agir, como já disse, conscientemente.

O que são as escolhas?

Formas de concretizar, orientar e ser sempre uma "metamorfose ambulante" como nos diz, implacavelmente, a poesia de Raul Seixas.

Obrigada por sua disposição em traduzir em palavras o que mais estima: seus pensamentos.

Este artigo foi escrito em resposta à série de artigos de André C S Masini, publicada no Jornal o Paraná e retransmitida pela Casa da Cultura.

A Autora: Erenice Jesus de Souza, é professora titular de ensino fundamental I pelo município de Francisco Morato, Estado de São Paulo, auxiliar do programa de formação de professores da rede municipal, graduando-se em Pedagogia pelo Centro Universitário São Camilo.

e-mail: Erenicej@aol.com